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Polêmicas quanto à nova Pirâmide
Postado em 06/05/2006

Folha de S.Paulo

Há mais de uma década, em 1992, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) criou uma pirâmide alimentar, batizada de "Food Guide Pyramid", cuja missão era servir como um guia de fácil consulta sobre alimentação saudável para a população. As idéias contidas nesse ícone, que já eram ensinadas nas escolas, inclusive no Brasil, disseminaram-se ainda mais. A Harvard School of Public Health, um dos maiores centros de estudos sobre saúde pública dos Estados Unidos, diz, no entanto, que as informações contidas nela estão ultrapassadas.

Estudos recentes derrubaram, segundo os pesquisadores, suas principais premissas: a) que todas as gorduras devem ser consumidas moderadamente; b) que todos os carboidratos são bons; c) que as proteínas podem ser obtidas na mesma proporção na carne vermelha, nas aves, nos peixes e nos ovos; d) que os laticínios devem ser consumidos de duas a três vezes por dia para a obtenção de cálcio.

Para atualizá-las, os especialistas de Harvard construíram uma nova pirâmide, que foi chamada de "Healthy Eating Pyramid". Um deles, o médico Walter Willett, descreve a situação no livro "Eat, Drink and Be Healthy" (Harvard Medical School e Simon & Schuster). Na prática, a nova pirâmide sugerida por Harvard inverte a do USDA. O que estava na base em 1992 (massas, pães, arroz branco e batatas) passou ao topo, e algumas gorduras (óleos), que estavam na extremidade, desceram para a base.

São dois os principais motivos da inversão, segundo os estudiosos: os óleos vegetais, inclusive o de oliva (azeite), nozes de diversos tipos, sementes e grãos integrais são ricos em "gorduras boas" (monoinsaturadas e poliinsaturadas), que exercem efeito protetor contra certas doenças. Devem, por isso, ser consumidos no lugar das gorduras saturadas (presentes em maior quantidade em alimentos de origem animal e relacionadas ao aumento do nível do colesterol "ruim" no sangue) e das chamadas gorduras "trans" ou hidrogenadas. "É perfeitamente aceitável consumir mais do que 30% das calorias diárias por meio das gorduras, contanto que a maior parte delas seja insaturada [monoinsaturada e poliinsaturada]", afirma Willett no livro.

O segundo motivo é o fato de que os carboidratos simples, encontrados em alimentos refinados, são rapidamente digeridos e absorvidos pelo organismo, o que aumenta os níveis de açúcar e de insulina no sangue, favorecendo também a elevação do nível de triglicérides e a queda da taxa do colesterol "bom", o HDL, além de ter como resultado o reaparecimento da fome em menos tempo.

A longo prazo, esse quadro favoreceria o desenvolvimento de diabetes e de doenças cardiovasculares, além de promover ganho de peso em quem tiver essa tendência. O ideal, segundo recomenda a pirâmide criada pelos médicos de Harvard, é manter os alimentos integrais ou feitos a partir de grãos integrais (arroz, pães, massas) na base, ou seja, consumi-los com maior freqüência, já que eles são digeridos mais lentamente, mantendo o organismo saciado por mais tempo. Os refinados devem ser banidos para o topo (comer esparsamente), juntamente com os doces.

A pesquisadora Sonia Tucunduva Philippi, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP, é autora de uma pirâmide brasileira, na qual o Ministério da Saúde se baseou em grande parte para elaborar o "Guia Alimentar para Crianças Menores de Dois Anos".

Em sua essência, suas informações são idênticas às da original norte-americana. Para Philippi, as orientações do livro de Willett são apropriadas "para a população norte-americana, que tem hábitos alimentares inadequados e problemas graves de obesidade".

"Ele [Willett] recomenda suplementação e alimentos de forma inadequada. Se a alimentação for equilibrada e diversificada, não há necessidade de suplementação", diz. Em entrevista à Folha, Willett afirmou que as orientações propostas por Harvard são "bem gerais"

 

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