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FAO discute a crise do sistema alimentar global
Postado em 05/06/2008

Por Irio Luiz Conti
Professor no IFIBE e diretor da FIAN Internacional

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) iniciou dia 3 de maio, em Roma, sua Conferência de Alto Nível sobre Segurança Alimentar e o direito humano à alimentação adequada
Esta conferência da FAO se realiza em uma conjuntura totalmente adversa daquela nas quais se realizaram as outras cúpulas mundiais sobre alimentação, em 1996 e 2000. Ocorre, pois, em um contexto de profunda crise do sistema alimentar global, que não é apenas uma crise alimentária conjuntural, mas o iceberg de uma crise de modelo de produção e consumo. A própria FAO já anunciou que, por se tratar de uma crise estrutural, as previsões mais otimistas apontam que se levará, pelo menos, dez a quinze anos para se reverter este quadro com soluções duradouras.
A eclosão desta crise, inclusive, altera totalmente os compromissos das Metas do Milênio, que visam reduzir pela metade o número de famintos no mundo até o ano 2015. Ao contrário, aumenta expressivamente este número. Nos últimos dois meses, segundo a FAO, o número de pessoas famintas saltou de 853 milhões para 950 milhões e tende a se acentuar vertiginosamente nos próximos meses. Apenas para ilustrar, na Indonésia, a cada 10% no aumento dos preços de alimentos aumenta em 2,5 milhões de pessoas na extrema pobreza. De acordo com o relator da o­nU para o Direito Humano à Alimentação Adequada, Jean Ziegler, em escala mundial, a cada 1% de diminuição da produção de alimentos se tem novos 16 milhões de famintos no mundo. Atualmente 37 países vivem crises alimentárias graves, dentre estes em 22 países se faz sentir um expressivo aumento dos preços dos alimentos e em alguns deles, como Somália e Haiti, crescem os conflitos violentos por causa do acesso à alimentação. O mundo passa por um momento crítico que está comprometendo a realização do direito humano à alimentação adequada e saudável de grandes parcelas da população.

As razões desta crise são várias e se entrelaçam entre si, de modo que não podem ser explicadas e compreendidas de modo simplista. Entre as principais causas encontram-se: as mudanças climáticas, com secas na Austrália e baixas colheitas na Europa; o aumento da demanda de proteínas e carne, especialmentena India e na China, com o aumento do poder aquisitivo e mudanças de hábitosalimentares; o aumento dos preços dos insumos agropecuários, como fertilizantese defensivos agrícolas, em razão dos preços do petróleo; a crescente demanda deprodutos agrícolas como matéria prima para a geração de agrocombustíveis e; aespeculação  do movimento de mercado futuro de alimentos, com grandesinvestidores migrando de outros campos para as commoditiesde alimentos. Este conjunto de fatores produz impactos imediatos, como este que se expressa na crise do sistema alimentar, mas também impactos indiretos, comoo aumento da mão-de-obra sazonal, o aumento do uso de petróleo, o aumento dopreço da terra e impactos ambientais que já começam a se manifestar.

Portanto, a conferência da FAO terá pela frente o desafio de debater estes problemas que assolam o mundo e impedem o acesso ao direito à alimentação a milhares de pessoas. Como se trata de um problema estrutural, ou de modelo de desenvolvimento, as alternativas certamente deverão contemplar ações emergenciais e estruturais. Dentre algumas possíveis alternativas pode-se apontar: o monitoramento dos fluxos comerciais de exportações e importações, em especial de milho e arroz, o realinhamento da política de garantia depreços  e a retomada da política de estoques públicos de alimentos; o fortalecimento da  agricultura de base familiar e camponesa; a promoção de novas bases para o modelo de produção e consumo baseado na agrobiodiversidade e na agroecologia de modo sustentável e outras. Mas, acima de tudo, é preciso estabelecer uma efetiva regulação por parte do Estado sobre a expans

 

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