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Food First
Postado em 20/01/2008

Por Eric Holt-Giménez*
Tradução de Ana Amorim

Biocombustíveis. O termo invoca a imagem vital de renovação e abundância - uma garantia limpa, verde, sustentável em tecnologia e no poder do progresso. Essa imagem permite que a indústria, os políticos, o Banco Mundial, as Nações Unidas, e até mesmo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas apresentem os combustíveis feitos de milho, cana-de-açúcar, soja e outras plantas como sendo o próximo passo de uma transição sutil da economia do petróleo para uma economia renovável ainda a ser definida. Extraindo o seu poder de um simples feixe de mitos cornucópios de abundância, os "biocombustíveis" dirigem a nossa atenção para longe dos poderosos interesses econômicos que irão se beneficiar com essa transição. Evita discussões sobre o crescente desequilíbrio de alimentos e energia entre o Norte-Sul. Obscurece fundamentalmente as relações político-econômicas entre terra, povo, recursos e alimentos. Ao nos mostrar apenas um lado, os "biocombustíveis" não conseguem nos auxiliar a entender as profundas conseqüências da transformação industrial do nosso sistema alimentar e de combustíveis. A transição dos agrocombustíveis

O rápido aumento dos agrocombustíveis

Os países industrializados liberaram o "rápido aumento" dos agrocombustíveis por meio de um ambicioso plano de metas para os combustíveis renováveis. Os combustíveis renováveis devem suprir 5,75% de todo combustível de transporte na Europa até 2010, e 10% até 2020. Os Estados Unidos esperam obter 35 milhões de galões ao ano. Essas metas excedem em muito a capacidade agrícola do Norte industrial. A Europa teria que usar 70% de suas terras agrícolas para combustíveis. Toda a colheita de soja e milho dos EUA teria que ser processada para o etanol e biodiesel. Convertendo toda a sua terra arável para a produção de combustíveis iria causar um grande desastre no sistema alimentar do Norte. Portanto, os países do OCED [Organização de Cooperação Econômica e Desenvolvimento] estão considerando o Sul global para atender às suas demandas de combustível.

Os governos do Sul parecem estar ansiosamente disponíveis. A Indonésia e a Malásia estão expandindo rapidamente as suas plantações de óleo de palma para suprir até 20% do mercado de biodiesel da UE. No Brasil - o­nde a área ocupada por combustíveis já ocupa uma área de terra equivalente ao tamanho da Holanda, Bélgica, Luxemburgo e Reino Unido juntos - o governo está planejando um aumento cinco vezes maior na produção de cana-de-açúcar. A meta é repor 10% da gasolina mundial até 2025.
A rápida capitalização e a concentração de poder na indústria de agrocombustíveis é impressionante. Nos últimos três anos, o capital especulativo aumentou oito vezes. O investimento privado tem atolado as instituições de pesquisa públicas, como foi evidenciado pelo recente prêmio de meio milhão de dólares concedido pela BP [British Petroleum] à Universidade da Califórnia.

Nos bastidores - e debaixo do nariz das leis anti-trust - gigantes petroleiras, de grãos, automóveis e engenharia genética estão formando parcerias poderosas: ADM e Monsanto, Chevron e Volkswagen; BP, DuPont, e Toyota. Essas corporações estão consolidando a pesquisa, produção, processamento e cadeias de distribuição dos nossos alimentos e sistemas de combustível sob um teto industrial colossal.
Os campeões dos agrocombustíveis nos garantem que as sementes usadas são renováveis, são ambientementalmente corretas, podem reduzir o aquecimento global e irão promover o desenvolvimento rural. Mas, o tremendo poder de mercado das corporações de agrocombustíveis aliados a uma vontade política fraca, por parte dos governos, para regulamentar as suas atividades, leva-nos a duvidar dos cenários felizes. Antes de nos atirarmos nessa o­nda, a bagagem mítica da transição dos agrocombustíveis deve ser aberta publicame

 

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