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Processo do Cuidado em Nutrição: Brasil precisa avançar
Postado em 14/07/2022 | fonte - Asbran

O Brasil está entre os mais de 20 países que aderiram à implantação do Processo do Cuidado em Nutrição no mundo (PCN). Trata-se da padronização definida pela Academy of Nutrition and Dietetics para a rotina de trabalho do nutricionista.

Quem está à frente deste projeto é a Associação Brasileira de Nutrição – ASBRAN em parceria com o Consórcio de Pesquisa e Implementação da Terminologia do Processo de Cuidado em Nutrição no Brasil. "Temos o maior número de nutricionistas da América Latina, aproximadamente 200 mil, e desejamos que estejam entre os profissionais dos países mais desenvolvidos que já adotaram o PCN. Trabalhamos para isso”, afirma Ruth Guilherme, presidente da ASBRAN, lembrando que os primeiros passos foram dados ainda em 2014, quando a Associação lançou o Manual de Sistematização do Cuidado de Nutrição.

A presidente da ASBRAN adianta ainda que o processo está avançando e novidades serão anunciadas para os profissionais brasileiros na edição 2022 do CONBRAN, em outubro, em Maceió.

Segundo a Profa. Dra. Estela Rabito, do Departamento de Nutrição-UFPR, coordenadora do Consórcio de Pesquisa, chegou a hora dos nutricionistas brasileiros se apropriarem das mudanças que são realidade da prática profissional em várias partes do mundo. Ela explica que há o PCN - Processo de Cuidado em Nutrição, que trata da padronização dos passos dados por qualquer nutricionista, em qualquer área da nutrição, e a TPCN, que é uma lista de termos técnicos específicos para o uso de nutricionistas, à semelhança do CID para a área de saúde.

A TPCN envolve uma plataforma online, que contém explicações detalhadas do Processo e da Terminologia, e está publicada em oito idiomas, incluindo o português.

"O uso de terminologia padronizada promove ações e facilita avaliações da efetividade de intervenção. Não dá dúvidas de que a linguagem padronizada conduz à ciência e à prática", conclui Estela, apontando os quatro passos padronizados do PCN: Avaliação/Reavaliação, Diagnóstico, Intervenção, Monitoramento e Aferição.

PCN no Brasil

Desde o lançamento do Diagnóstico em Nutrição no Manual Orientativo publicado pela ASBRAN em 2014, a aplicação em serviços de nutrição vem sendo realizada. Em 2020 foi criado o Consórcio de Pesquisa e Implantação da Terminologia do Processo do Cuidado em Nutrição por um grupo de nutricionistas e professoras vinculados à Universidade Federal do Paraná/UFPR.

O grupo desenvolveu um projeto de "pesquisa guarda-chuva" sobre o assunto, aprovado pelo Comitê de Ética da UFPR, e treinamento online síncrono, de 20 horas, que tem sido aplicado nos últimos dois anos, em três períodos por ano.

Como forma de otimização do alcance dos objetivos, o Consórcio elegeu a UFPR como primeiro centro de referência em treinamentos do PCN e TPCN. Alguns hospitais de Curitiba já utilizam a terminologia padronizada na rotina e as universidades federais de Ciências da Saúde de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, entre outros cursos de graduação em Nutrição, também incluíram o diagnóstico em nutrição no ensino da Graduação.

"A maioria dos países que adotaram o PCN/TPCN estão baseando suas matrizes curriculares na terminologia. Os cursos de treinamento e implantação são constantes, além de discussão em congressos nacionais e fomentação de pesquisa sobre as experiências. Os esforços de entidades profissionais de cada país têm sido fundamentais", assegura a Profa. e Doutora Maria Eliana Madalozzo Schieferdecker, da UFPR.

Do PCN à implantação de uma terminologia

Foi em 2008 que a Academy of Nutrition and Dietetics dos EUA publicou os passos padronizados para o cuidado e a terminologia para diagnósticos em nutrição, com a proposta de adoção de linguagem universal para a nutrição (nutricionistas e técnicos em nutrição).

Desde então, muitos países aderiram à proposta, como Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, Irlanda, Reino Unido, China, Japão, Coreia do Sul, Malásia, Taiwan, Suécia, Canadá, Itália, México, Dinamarca, Noruega, Suíça e Brasil. Outros também já adotaram, mas não mantêm comunicação oficial com a Academy.

"Muitos profissionais nos perguntam por que é importante implantar a TPCN no Brasil e o que muda para o profissional? Há uma série de benefícios e muitos são identificados rapidamente na prática", explica a Profa. e Doutora Cristina Martins, que integra o Consórcio e a ASBRAN.

Ela destaca que a implantação da padronização assegura a qualidade do cuidado em nutrição e saúde dos indivíduos, promove a melhoria da qualidade do atendimento da nutrição, melhora a comunicação entre profissionais e instituições, otimiza o estabelecimento de prioridades no planejamento da intervenção em nutrição, facilita a escolha de objetivos realistas e mensuráveis e o pagamento dos serviços em nutrição. A padronização também facilita na compreensão dos resultados das intervenções em nutrição, na documentação em prontuários, melhora a visibilidade do nutricionista na equipe de saúde e comunidade e ajuda na gestão dos serviços em nutrição.

Para Cristina Martins, há muito ainda para avançar no Brasil. "Sabemos dos grandes desafios que temos pela frente, entre eles o reconhecimento da necessidade de padronização da linguagem do nutricionista por instituições oficiais, inclusão em matrizes curriculares de cursos de graduação e o da capacitação de profissionais. A ASBRAN tem levantado esta bandeira e acreditamos que outras entidades se unirão para ir além, em sintonia com a categoria de muitos outros países".

 

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