Estudo revela que bóias-frias enfrentam situação de insegurança alimentar
Postado em 18/04/2007

Estudo realizado pelo técnico da Agência Nacional de Vigilância Sanitária -Anvisa -, Fernando Ferreira Carneiro, revela que a condição de segurança alimentar dos bóias-frias no Brasil é duas vezes pior do que a enfrentada por famílias de sem-terra e quatro vezes superior a de pessoas assentadas. O estudo, inédito no país, foi realizado por meio de pesquisa aplicada no município mineiro de Unaí, um dos centros de agronegócios do estado.

Essa pesquisa faz ainda uma comparação entre as políticas públicas empregadas pelo governo, entre 1960 a 2005, nos três públicos existentes no meio rural que se caracterizam como assentados, acampados e bóias-frias e constatou que, historicamente, não têm sido efetivas para solucionar os problemas enfrentados pelos homens do campo. No que diz respeito aos avanços na política que definem o sistema único de saúde, a população rural continua tendo dificuldades de acesso e sofrendo discriminação, em comparação a que vive na zona urbana.

Mas o técnico da Anvisa lembra que nem todas as políticas propostas pelo governo deram errado. Cita o crédito, do programa de Reforma Agrária, como um grande diferenciador para os assentados e bóias-frias e diz que o Ministério da Saúde criou, recentemente, um grupo de estudos, que está propondo um política nacional de saúde para a população do campo e da floresta. Para assegurar o sucesso dessa empreitada, foram instituídos canais de comunicação entre o governo e a sociedade civil, a exemplo do Fórum do Grupo da Terra, que conta com a participação das mulheres camponesas, quilombolas e seringueiros.

Sobre a recém concluída pesquisa, Carneiro destaca que os bóias-frias ficam mais expostos aos agrotóxicos, não possuem trabalho o ano todo e, por isso, não têm condições de se fixar e garantir seu sustento por meio de hortas e criação de animais. O estudo, intitulado A saúde no campo: das políticas oficiais à experiência do MST e de famílias bóias-frias, foi realizado na Universidade federal de Minas Gerais -UFMG, com a aplicação de questionários e entrevistas com 202 famílias dos três diferentes públicos que compõem os moradores de zonas rurais.

Para saber mais clique no link abaixo:
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/04/05/materia.2007-04-05.9727091258