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Embrapa Suínos e Aves
Postado em 04/10/2006

O mito do hormônio na carne de frangos

Cláudio Bellaver, Méd. Vet., PhD
bellaver@cnpsa.embrapa.br
Embrapa Suínos e Aves

A avicultura comercial brasileira é formada pelos setores de aves de reprodução, de produção de ovos de mesa e de produção de carne. Os estados do Sul do país destacam-se na produção carne de frangos contribuindo com mais da metade da produção nacional. A produção de pintos de corte situa-se em torno de 4,6 bilhões de aves e a produção de carne em 9,5 milhões de toneladas, o que equivale à cerca de 12% da produção mundial de carne de frango. As exportações nos últimos doze meses ultrapassam 2,5 milhões de toneladas e o consumo interno 7,0 milhões de toneladas de carne de frangos. O setor é responsável por aproximadamente 1,8 e 2,0 milhões de empregos rurais diretos e indiretos, respectivamente, os quais juntamente com os empregos diretos e indiretos na indústria envolvem quatro milhões de pessoas. Por sua vez, a produção anual de pintos para postura de ovos de mesa aproxima-se a 70 milhões de cabeças, resultando numa produção de 1,5 bilhões de dúzias de ovos e no consumo per capita médio de 100 ovos/habitante/ano. Assim sendo, em adição ao suprimento de alimentos de alta qualidade à população brasileira, a avicultura desempenha um papel significativo na geração de empregos, divisas e participação no PIB brasileiro.
Com algumas variações de demanda, os frangos de corte são tecnicamente produzidos para alcançarem um peso médio de 2,5 kg em 42 dias, com uma conversão de 1,8 kg de alimento por kg de ganho de peso. As poedeiras por sua vez devem produzir 320 ovos com conversão alimentar de 1,40 kg de ração por dúzia de ovos produzidos. Nos frangos, o limite do desempenho no ganho de peso e na eficiência alimentar parece estar próximo do limite, uma vez que há implicações com os sistemas cardio-pulmonar e ósseo das aves para aumentar a eficiência. Em poedeiras há espaço para melhorias tecnológicas na produção, a qual está próxima de um ovo por dia. Embora ainda sejam necessários alguns ajustes nos sistemas produtivos, o sucesso da produção de aves dos últimos 40 anos foi conseguido com muito esforço de pesquisa na ciência animal. Os números refletem a alta qualidade genética dos plantéis, nutrição adequada às necessidades de crescimento, monitoramento, profilaxia e controle de doenças, e ambiência que permite melhorar as condições de manejo o­nde são criadas as aves. Com tecnologias inovadoras nessas áreas é que chegamos aos excelentes desempenhos das aves.
Toda a consideração feita é para situar a importância/relevância da avicultura para o Brasil. Por outro lado, freqüentemente, nos deparamos com artigos de mídia que colocam a indústria avícola brasileira sob suspeita na questão da presença de hormônios na carne de frangos. Em geral, os questionamentos são feitos por autores tecnicamente leigos sobre a produção de aves, mas que com seus artigos procuram repassar suas visões para um considerável público. Com o objetivo de esclarecimento técnico, entendemos que precisam ser explicados claramente a esses autores, editores de revistas, jornalistas, profissionais liberais formadores de opinião e leitores em geral, que é um mito errado assumir que os frangos necessitam de hormônio exógeno (externo e adicional ao fisiológico) para apresentarem a boa performance produtiva que apresentam. As razões para a desconformidade que podemos citar são: a) os hormônios de crescimento são substâncias protéicas que, se eventualmente fossem usados nas dietas, não teriam efeito farmacológico, pois seriam quebrados/destruídos pelas enzimas proteases do sistema digestivo das aves. Portanto, seria economicamente inviável usá-los nas dietas das aves, já que não teriam efeito e teriam um custo a ser computado na produção. Além disso, os hormônios não podem ser injetados, pois seria difícil administrar doses para aproximadamente cinco bilhões de aves, sem contar que a

 

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