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Agência Carta Maior
Postado em 22/08/2006

Por Corinna Hawkes*

Em todo o mundo, a propaganda de alimentos, especialmente os anúncios voltados para crianças, transformou-se numa importante arma para os grandes negócios. No Brasil, como em qualquer outro lugar, a maioria dos comercias trata de alimentos energeticamente densos, elevados em calorias - biscoitos, doces, chocolates, batatas fritas -, que geralmente também são pobres em vitaminas e minerais. Crianças gostam desses anúncios, e consomem prontamente os produtos anunciados.

Numa pesquisa com crianças entre 6 e 13 anos, 70% mostraram interesse em provar estes alimentos depois de assistirem à propaganda na televisão. De 40 a 66% das crianças haviam consumido pelo menos um produto anunciado no dia anterior e 75% das crianças compraram os alimentos anunciados na TV com ofertas de brindes ou prêmios. Os percentuais são ainda maiores entre crianças dos grupos com menor renda e escolaridade.

Vale lembrar que as crianças não são alvos da propaganda somente na televisão, mas nas revistas, na Internet, nas escolas e são explicitamente alvos de vendas promocionais. Em todo o mundo, companhias inventam maneiras cada vez mais criativas de incentivar as crianças a consumir seus produtos.

Qual é o problema disso? Propagandas e outras formas de promoção são parte de nossa cultura comercial, uma questão fundamental dos princípios econômicos o­nde as marcas competem por atenção. Mas há valores sociais importantes que precisam ser levados em conta, e um deles é a proteção à saúde. Uma alimentação pouco saudável pode resultar numa maior probabilidade de sobrepeso e obesidade. Ou seja, as crianças que se alimentam mal estão mais propensas a se tornarem adultos com sobrepeso e obesidade.

De acordo com o Instituto Nacional da Saúde dos Estados Unidos, este é um sério problema de saúde. As pessoas acima do peso são quatro vezes mais propensas a diabetes tipo 2, duas vezes mais propensas a desenvolver hipertensão, três vezes mais propensas à doença cardíaca coronariana, duas vezes mais propensas um sofrerem um ataque isquêmico e têm incidência mais elevada de cálculos biliares, desordens do sono, câncer de colo, câncer de mama em mulheres mais velhas, câncer endometrial, transtornos alimentares e problemas emocionais.

É certo que a propaganda e outras formas de promoção comercial não podem ser responsabilizadas por tudo isto, mas elas favorecem um ambiente no qual se torna mais difícil incentivar meninos e meninas a se alimentarem de forma mais saudável.

A boa notícia é que algo pode ser feito para enfrentar tal problema. Na Europa e nos Estados Unidos, diferentes abordagens vêm sendo testadas para regular o marketing dos alimentos ricos em gorduras, açúcares e sal às crianças. Diversas das principais companhias de alimentos têm concordado voluntariamente em parar de alvejar anúncios aos menores de 12 anos. Anunciados recentemente nos Estados Unidos, ainda não é certo se esses acordos serão aplicados no Brasil, e como serão monitorados e reforçados/executados.

No país, a tentativa conhecida como "auto-regulação" representa uma prática de funcionamento da indústria de publicidade de se auto-policiar. Isto envolve o desenvolvimento de um código que enfatize que as propagandas não devem ser enganosas ou ilusórias, código este reforçado e implementado por uma organização auto-regulatória. A organização pode pedir que os publicitários modifiquem ou retirem suas propagandas caso violem o código. No caso em questão, a auto-regulação da publicidade pode considerar se as propagandas dos alimentos incentivam comportamentos insalubres de acordo com seu código padrão. Assim, pode fazer alguma diferença.

A questão é que, apesar de ajudar a impedir as propagandas que enganam as crianças sobre a qualidade de um ou outro alimento, a auto-regulamentação não pode impedir que as crianças sejam bombardeadas com tantos tipos de propagandas diferentes, uma após a outra. Outra limitação da auto-regulação

 

Observatório de Publicidade de Alimentos

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